domingo, 15 de julho de 2018

O ABAPORU

O ABAPORU

Tarsila do Amaral foi uma artista plástica brasileira do movimento modernista. Nasceu em Capivari, interior de São Paulo, no dia 1 de setembro de 1886. Em 1922, ano da Semana da Arte Moderna, Tarsila participou do Salão Oficial dos Artistas da França, tão logo, conheceu o escritor modernista Oswald de Andrade.


Tarsila do Amaral, junto a outros artistas do período tiveram como objetivo criar um tipo de arte nacional, em outras palavras, uma oposição como uma forma de se afastar dos modelos europeus, quando surgiu um movimento estético tipicamente brasileiro.

No caso de Tarsila à Antropofagia que está inspirado no quadro (Abaporu, 1928) cujo nome em tupi significa homem que come gente (canibal ou antropófago), em outras palavras, homem que se alimenta de carne humana, faz uma referência a historicidade colonial tipicamente brasileira. É uma pintura símbolo do Movimento Modernista Brasileiro, pois a artista retratou um Brasil moderno e colorido.                                         
                                                                                                 
No quadro, Tarsila do Amaral pintou o Brasil com sua fauna e flora levando essa identidade nacional para o cenário artístico mundial, o quadro em particular apresenta uma figura solitária, monstruosa, pés imensos, sentada numa planície verde, o braço dobrado num joelho, a mão sustentando a cabecinha-minúscula. Em frente a um cacto (característica do bioma da caatinga) explodindo em uma enorme flor. Ao fundo, o céu azul, e o sol, um círculo amarelo, entre a figura e o cacto, de cor esverdeada.

Essas cores remetem as cores da bandeira brasileira.  Tarsila valorizou o trabalho braçal (corpo grande) já que na época, esse trabalho tinha maior impacto, pois as pessoas vinham de todos os cantos do país para trabalhar em São Paulo, nas indústrias (uma característica do processo migratório)  e desvalorizou o trabalho mental (cabeça pequena) na obra, pois era o trabalho braçal que tinha maior impacto naquela época.   Essa representação sugere o homem plantado na terra.




É a figura de pés grandes, plantados no chão brasileiro, sugerindo a ideia da terra, do homem nativo, selvagem, antropófago, como o próprio nome Abaporu indica, em sua tradução, do tupi, homem que come carne humana.










Ademir Junior: Pesquisador/Mestrando em Psicologia Educacional/Especialista em Educação

sábado, 14 de julho de 2018

METODOLOGIAS ATIVAS NA EDUCAÇÃO

Metodologias Ativas na Educação 


O docente inovador precisa ser criativo, articulador e, principalmente parceiro dos de seus alunos no processo de ensino aprendizagem. (MORAN; MASSETO  e BEHRENS, 2013, p. 71).



O tema Metodologias Ativas na Educação precisa ser amplamente abordado, por isso o objetivo aqui será apenas introduzir o leitor ao assunto. De acordo com Moran (2018) metodologias ativas na educação é um processo de aprendizagem que associa a sala de aula mesclada as tecnologias de ensino ao considerar o virtual juntamente as demais atividades criativas e supervisionadas, ou seja, uma combinação de aprendizagem por desafios, projetos, problemas reais. Esta concepção coloca os alunos como agentes de seu aprendizado. 

Neste formato, o aluno passa a ser incentivado como sujeito ativo na construção do saber, por meio de estímulos sobre o conhecimento e análise de situações-problemas e ou de seu cotidiano, fazendo a transferência do aprendizado a algo significativo para a sua vida.


Os autores Fosnot e Dolk (2001) sobre o contexto dos problemas que envolvem o “fazer sentido”, determinam como conceitos pré-adquiridos, contexto histórico que as crianças trazem como bagagem. Para que ela se sinta inserida em ambientes questionadores, precisa que sejam apresentadas à elas, situações problemas que partam a priori, de sua realidade e assim, passam a questionar suas próprias ações e as dos outros, argumentado sempre sobre seus pensamentos.

Quando se há incentivos e intervenções que propiciem esse desenvolvimento, por parte do professor, adulto atuante no contexto escolar, a criança é capaz de ampliar o domínio de diversas situações, desde realizações das mais diversas atividades, do uso das tecnologias, quanto às dos diversos conceitos interdisciplinares.

De forma geral, toda a aprendizagem é ativa devido ao fato de exigir do aluno e do docente formas diferentes de movimentação em relação à aplicação dos conteúdos.  Entretanto, as metodologias ativas são caminhos para avançar mais em relação ao conhecimento, na apropriação dos conteúdos, nas competências socioemocionais, e em novas práticas de aprendizagem.

O docente assume um papel de orientador, isto é, conduz a aula, todavia, o aluno passa a ser o centro desse processo, onde dinamiza o aprendizado e se envolve nele de forma relevante. Desta forma, o professor promove a inserção do aluno no processo de ensino e aprendizagem deixando de  ser um agente passivo, receptor que apenas escuta o professor e neste formato ativo passa a contribuir, refletir criticamente sobre aquilo que pretende aprender. É bom ressaltar que diminui aquele peso da pedagogia tradicional, quando a aprendizagem não ocorre e a culpa é única e exclusiva do docente. Na metodologia ativa o professor também é desafiado, logo sua prática é ressignificada.

As escolas que pretendem buscar novos caminhos devem necessariamente migrar seu formato didático-pedagógico (em alguns casos ensino tradicional/educação bancária) para modelos que valorizam a participação efetiva dos alunos (valorizar o protagonismo) na construção do conhecimento e no desenvolvimento de competências e habilidades, possibilitando que aprendam em seu próprio ritmo, tempo cognitivo, estilo e estética, através de diferentes formas de experimentação e compartilhamento, dentro e fora da sala de aula. Claro que é de suma importância a mediação de docentes inspiradores e incorporação de todas as possibilidades do mundo digital, visto que se trata da linguagem tecnológica do qual estão inseridos.


Não é mais possível pensar educação sem essa parafernália do mundo digital. O mundo, ou melhor, as pessoas estão conectadas por toda parte.

Além de possuir aspectos relacionados à cidadania, as metodologias ativas possibilitam aprender ativamente com problemas reais do mundo contemporâneo, desafios relevantes, jogos, atividades, leituras, questões ética, combinando tempos individuais e tempos coletivos; projetos pessoais de vida e de aprendizagem, atividades em grupo, isto é uma aprendizagem colaborativa.
Enfim, quando alunos exercem protagonismo na escolha de projetos articulados ao currículo, se percebem como coparticipantes e não meros executores, em outras palavras, a aprendizagem é mais significativa, os alunos ficam mais motivamos além de achar sentido nas atividades, pois se engajam em projetos e trazem contribuições, quando há diálogo sobre as atividades e a forma de realizá-las.

 Referências:
FOSNOT, C.; DOLK, M. Young mathematicians at work. [S.l.]: Kindle, 2001.

MORAN, José. BACICH, Lilian. Metodologias Ativas para uma Educação Inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018.


MORAN, José M.; MASETTO, Marcos T.; BEHRENS, Marilda A. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. Campinas: Papirus, 2013.


Ademir Junior: Pesquisador/Mestrando em Psicologia Educacional/Especialista em Educação
Colaboradora: Mara Valéria: Professora de Educação Física/EAD Especialista em Educação