A Situação Social antes da Revolução Francesa
A
sociedade francesa do século XVIII era dividida em Três Estados:
O
Primeiro – Clero
O
Segundo – Nobres
O
Terceiro – O resto: camponeses, trabalhadores urbanos, conhecidos como Sans
Culottes, a baixa, a média e a alta burguesia.
Os
Primeiro e Segundo Estados possuíam muitos privilégios e estavam livres de
pagar a maioria dos impostos, representavam menos de 3% da população, e não
aceitavam qualquer mudança para melhorar a situação econômica, que estava muito
grave.
O
Terceiro Estado era o único que trabalhava e arcava com quase todos os
impostos. Nele estavam também os burgueses mais ricos, que possuíam um grande
poder econômico, mas não tinham nenhum direito político e muito menos
privilégios.
A
CONVOCAÇÃO DOS ESTADOS GERAIS
Na
Assembléia do dia 05 de maio de 1789, o Rei sentava ao centro, usava seu grande
casaco da ordem do Espírito Santo e seu chapéu de plumas carregado de
diamantes.
O
Clero e a Nobreza, também usavam roupas que expressavam suas posições sociais.
Os
deputados do Terceiro Estado eram 578,
enquanto o Primeiro Estado contava com 291
e o Segundo com 270. Esse número não
preocupava, nem ao Rei, nem aos Primeiro e Segundo Estados, pois o voto, para
esses, aconteceria por Estado. O Terceiro Estado mudou essa realidade, e o que
deveria ser uma “revolta Aristocrática” se transformou em uma “Revolução social
e política liderada pela burguesia”.
O
Terceiro Estado dividia-se, basicamente em dois grupos – os Girondinos e os Jacobinos, que também possuíam um lugar
determinado dentro da Convenção. Esses grupos discordavam em vários pontos
sobre os rumos da revolução.
Os
Jacobinos eram os mais radicais e juntou milhares de membros de diferentes
regiões da França. Sua base de apoio eram os Sans Culottes. Como se reuniam no
convento de São Tiago (Jacobus em francês) receberam o nome de jacobinos.
Sentavam-se à esquerda na Assembleia. Daí, mais tarde, a denominação de
“esquerda” para partidos socialistas e radicais que reivindicam mudanças.
Os
Girondinos eram os moderados, a maioria burgueses ricos da região da “Gironda”,
queriam mudanças, no sentido de se aproximarem dos privilégios, mas não uma
maior participação popular. Na Assembleia
sentavam-se à direita, o que também, mais tarde, levou a denominação de “direita”
para os partidos com posturas conservadoras.
Inconformados
com tal diferença, os integrantes fizeram enorme pressão exigindo a adoção do
voto por cabeça. Desta forma, contando com o paio de alguns integrantes dos
demais estados, o terceiro estado garantiria um amplo conjunto de reformas
político-administrativas. Impassível ao fluxo das urgentes mudanças, o rei Luís
XVI ameaçou dissolver os Estados gerais. Unidos em rebelião, os membros do
terceiro estado refugiaram-se na sala do Jogo da Péla. Reclusos nesse cômodo do
palácio monárquico resistiram até a convocação de uma Assembleia Nacional.
Sem
ter mais opções, o rei Luís XVI decidiu aceitar o estabelecimento de uma Assembleia
Nacional. Os membros desta juraram em sessão não interromper a reunião até
formularem uma nova constituição para a França. Tentando ainda que reverter a
situação, o rei Luís demitiu Necker do quadro ministerial. Em resposta, a
burguesia formou uma milícia armada, a Guarda Nacional, incumbida de proteger a
assembleia das tropas reais.
O
clima de tensão e conflito político instaurado não só se observou nos salões e
prédios da monarquia francesa. Os populares começavam a se mobilizar contra a
insuportável situação econômica vivida. No
dia 14 de julho de 1789, uma grande multidão invadiu a Bastilha e
libertaram todos aqueles que eram considerados inimigos da realeza. Esse foi o
principio de um conjunto de revoltas que se alastraram pelas cidades e campos,
era o início do chamado Grande Medo e o fim dos Estados-gerais.
A
Tomada da Bastilha foi o marco inicial da Revolução. E o medo de que a
revolução camponesa se alastrasse atingindo as propriedades burguesas, resultou
na abolição dos direitos feudais, em 4 de agosto de 1789.
No
dia 26 de agosto de 1789, a Assembleia Nacional constituiu a Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão, este documento defendia os seguintes pontos: liberdade, igualdade,
inviolabilidade da propriedade, resistência à opressão política e direito à
propriedade privada.
No
ano de 1790, os bens do clero foram confiscados pela Assembleia Constituinte.
Descontentes, os religiosos e a nobreza se refugiaram da França e organizaram
exércitos no exterior para reagir à Revolução Francesa.
A Monarquia Constitucional
A
Carta Constitucional ficou pronta em setembro de 1791, a partir desta data a
França tornou-se uma Monarquia Constitucional, sendo dominada pela burguesia.
Muitas modificações ocorreram na organização social e administrativa da França.
A
nova Constituição definia que o Poder Executivo caberia ao rei e o Poder
Legislativo caberia à Assembleia
.
O
rei não aceitou a Constituição, pois não queria perder o poder absoluto, mas
seria obrigado a assinar o documento. Então, em julho de 1791, Luís XVI tentou
fugir da França para formar um exército fora do país e invadir a França, mas
foi preso em Varennes e reconduzido a Paris.
Em
1792, o exército austro-prussiano avançava rumo a Paris, aumento o medo de uma
contra - revolução conspirada pelo rei e pela aristocracia. O exército
estrangeiro invadiu a França, com a ajuda secreta da família real que passava
os segredos militares para as tropas invasoras.
As
forças francesas, formada pelos sans-culottes (pequenos negociantes, artesãos e
operários), venceram os invasores em Valmy, expulsando-os da França no dia 20 de
setembro de 1792.
A Convenção
No
dia 20 de setembro de 1792 a República da França foi proclamada, sendo
governada por uma nova Assembleia Nacional: a Convenção.
As
forças políticas internas mais importantes desse período foram:
-
Partido Girondino – representavam a alta burguesia.
-
Partido Jacobino – representavam a pequena burguesia.
Em
1793, o rei Luís XVI foi julgado na Convenção e condenado à morte como traidor.
O rei foi executado na guilhotina em 21 de janeiro de 1793.
O
Período do Terror e o Governo Jacobino
Os
jacobinos, liderados por Robespierre, assumem o poder em 1792. Adotaram medidas
radicais, como a imposição do Edito do Máximo: tabelamento dos preços máximos.
Taxavam os ricos, obrigando-os a pagar mais impostos. Surgiram muitas revoltas
contra essas medidas, e o governo jacobino implantou o Terror, executando todos os suspeitos de discordarem de suas
práticas.
Em
1794, Robespierre foi deposto da Convenção. O Governo Jacobino foi debilitado.
Em
1795, os girondinos assumem o poder, e as medidas jacobinas são abolidas.
Robespierre e outros jacobinos foram executados na guilhotina.
A
Convenção começa a elaborar uma nova Constituição, enquanto no sul e oeste do
país surgia uma contra - revolução realista que pretendia tomar o poder em Paris,
mas foi repreendida por Napoleão. Em seguida a Convenção foi dispensada.
O
Diretório
A nova
Constituição ficou pronta em 1795. A Constituição estabelecia a continuidade do
regime republicano que seria controlado pelo Diretório, formado por 5 membros
eleitos pelo Legislativo. E era duvidosa a possibilidade da consolidação da
burguesia através desse regime.
O
Diretório perdurou até o ano de 1799, foi um período conturbado marcado pelo
desemprego e corrupção e muitas revoltas, tanto das baixas camadas quanto da
aristocracia.
O 18 Brumário
O
general francês Napoleão Bonaparte, apoiado pela burguesia e pelo exército,
aplicou o Golpe do 18 Brumário que derrubou o Diretório e o Conselho
Legislativo, consolidando o poder da burguesia.