sábado, 11 de agosto de 2012

REVOLUÇÃO FRANCESA





A Situação Social antes da Revolução Francesa
A sociedade francesa do século XVIII era dividida em Três Estados:
O Primeiro – Clero
O Segundo – Nobres
O Terceiro – O resto: camponeses, trabalhadores urbanos, conhecidos como Sans Culottes, a baixa, a média e a alta burguesia.
Os Primeiro e Segundo Estados possuíam muitos privilégios e estavam livres de pagar a maioria dos impostos, representavam menos de 3% da população, e não aceitavam qualquer mudança para melhorar a situação econômica, que estava muito grave.
O Terceiro Estado era o único que trabalhava e arcava com quase todos os impostos. Nele estavam também os burgueses mais ricos, que possuíam um grande poder econômico, mas não tinham nenhum direito político e muito menos privilégios.

A CONVOCAÇÃO DOS ESTADOS GERAIS
Na Assembléia do dia 05 de maio de 1789, o Rei sentava ao centro, usava seu grande casaco da ordem do Espírito Santo e seu chapéu de plumas carregado de diamantes.
O Clero e a Nobreza, também usavam roupas que expressavam suas posições sociais.
Os deputados do Terceiro Estado eram 578, enquanto o Primeiro Estado contava com 291 e o Segundo com 270. Esse número não preocupava, nem ao Rei, nem aos Primeiro e Segundo Estados, pois o voto, para esses, aconteceria por Estado. O Terceiro Estado mudou essa realidade, e o que deveria ser uma “revolta Aristocrática” se transformou em uma “Revolução social e política liderada pela burguesia”.

O Terceiro Estado dividia-se, basicamente em dois grupos – os Girondinos e os Jacobinos, que também possuíam um lugar determinado dentro da Convenção. Esses grupos discordavam em vários pontos sobre os rumos da revolução.

Os Jacobinos eram os mais radicais e juntou milhares de membros de diferentes regiões da França. Sua base de apoio eram os Sans Culottes. Como se reuniam no convento de São Tiago (Jacobus em francês) receberam o nome de jacobinos. Sentavam-se à esquerda na Assembleia. Daí, mais tarde, a denominação de “esquerda” para partidos socialistas e radicais que reivindicam mudanças.

Os Girondinos eram os moderados, a maioria burgueses ricos da região da “Gironda”, queriam mudanças, no sentido de se aproximarem dos privilégios, mas não uma maior  participação popular. Na Assembleia sentavam-se à direita, o que também, mais tarde, levou a denominação de “direita” para os partidos com posturas conservadoras.

Inconformados com tal diferença, os integrantes fizeram enorme pressão exigindo a adoção do voto por cabeça. Desta forma, contando com o paio de alguns integrantes dos demais estados, o terceiro estado garantiria um amplo conjunto de reformas político-administrativas. Impassível ao fluxo das urgentes mudanças, o rei Luís XVI ameaçou dissolver os Estados gerais. Unidos em rebelião, os membros do terceiro estado refugiaram-se na sala do Jogo da Péla. Reclusos nesse cômodo do palácio monárquico resistiram até a convocação de uma Assembleia Nacional.

Sem ter mais opções, o rei Luís XVI decidiu aceitar o estabelecimento de uma Assembleia Nacional. Os membros desta juraram em sessão não interromper a reunião até formularem uma nova constituição para a França. Tentando ainda que reverter a situação, o rei Luís demitiu Necker do quadro ministerial. Em resposta, a burguesia formou uma milícia armada, a Guarda Nacional, incumbida de proteger a assembleia das tropas reais.
O clima de tensão e conflito político instaurado não só se observou nos salões e prédios da monarquia francesa. Os populares começavam a se mobilizar contra a insuportável situação econômica vivida. No dia 14 de julho de 1789, uma grande multidão invadiu a Bastilha e libertaram todos aqueles que eram considerados inimigos da realeza. Esse foi o principio de um conjunto de revoltas que se alastraram pelas cidades e campos, era o início do chamado Grande Medo e o fim dos Estados-gerais.
A Tomada da Bastilha foi o marco inicial da Revolução. E o medo de que a revolução camponesa se alastrasse atingindo as propriedades burguesas, resultou na abolição dos direitos feudais, em 4 de agosto de 1789.

No dia 26 de agosto de 1789, a Assembleia Nacional constituiu a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, este documento defendia os seguintes pontos: liberdade, igualdade, inviolabilidade da propriedade, resistência à opressão política e direito à propriedade privada.

No ano de 1790, os bens do clero foram confiscados pela Assembleia Constituinte. Descontentes, os religiosos e a nobreza se refugiaram da França e organizaram exércitos no exterior para reagir à Revolução Francesa.

A Monarquia Constitucional
A Carta Constitucional ficou pronta em setembro de 1791, a partir desta data a França tornou-se uma Monarquia Constitucional, sendo dominada pela burguesia. Muitas modificações ocorreram na organização social e administrativa da França.
A nova Constituição definia que o Poder Executivo caberia ao rei e o Poder Legislativo caberia à Assembleia
.
O rei não aceitou a Constituição, pois não queria perder o poder absoluto, mas seria obrigado a assinar o documento. Então, em julho de 1791, Luís XVI tentou fugir da França para formar um exército fora do país e invadir a França, mas foi preso em Varennes e reconduzido a Paris.

Em 1792, o exército austro-prussiano avançava rumo a Paris, aumento o medo de uma contra - revolução conspirada pelo rei e pela aristocracia. O exército estrangeiro invadiu a França, com a ajuda secreta da família real que passava os segredos militares para as tropas invasoras.

As forças francesas, formada pelos sans-culottes (pequenos negociantes, artesãos e operários), venceram os invasores em Valmy, expulsando-os da França no dia 20 de setembro de 1792.

A Convenção
No dia 20 de setembro de 1792 a República da França foi proclamada, sendo governada por uma nova Assembleia Nacional: a Convenção.
As forças políticas internas mais importantes desse período foram:
- Partido Girondino – representavam a alta burguesia.
- Partido Jacobino – representavam a pequena burguesia.
Em 1793, o rei Luís XVI foi julgado na Convenção e condenado à morte como traidor. O rei foi executado na guilhotina em 21 de janeiro de 1793.

O Período do Terror e o Governo Jacobino
Os jacobinos, liderados por Robespierre, assumem o poder em 1792. Adotaram medidas radicais, como a imposição do Edito do Máximo: tabelamento dos preços máximos. Taxavam os ricos, obrigando-os a pagar mais impostos. Surgiram muitas revoltas contra essas medidas, e o governo jacobino implantou o Terror, executando todos os suspeitos de discordarem de suas práticas.

Em 1794, Robespierre foi deposto da Convenção. O Governo Jacobino foi debilitado.
Em 1795, os girondinos assumem o poder, e as medidas jacobinas são abolidas. Robespierre e outros jacobinos foram executados na guilhotina.

A Convenção começa a elaborar uma nova Constituição, enquanto no sul e oeste do país surgia uma contra - revolução realista que pretendia tomar o poder em Paris, mas foi repreendida por Napoleão. Em seguida a Convenção foi dispensada.

O Diretório
A nova Constituição ficou pronta em 1795. A Constituição estabelecia a continuidade do regime republicano que seria controlado pelo Diretório, formado por 5 membros eleitos pelo Legislativo. E era duvidosa a possibilidade da consolidação da burguesia através desse regime.

O Diretório perdurou até o ano de 1799, foi um período conturbado marcado pelo desemprego e corrupção e muitas revoltas, tanto das baixas camadas quanto da aristocracia.

O 18 Brumário
O general francês Napoleão Bonaparte, apoiado pela burguesia e pelo exército, aplicou o Golpe do 18 Brumário que derrubou o Diretório e o Conselho Legislativo, consolidando o poder da burguesia.