terça-feira, 17 de março de 2015

TÚPAC AMARU II

O cacique peruano José Gabriel Condorcanqui, mais conhecido como Túpac Amaru II, um descendente dos imperadores incas, liderou a maior rebelião indígena da história das Américas dos tempos coloniais.

Foi uma importante figura política da América do Sul nos fins do século XVIII, época em que a montagem da empresa colonial hispânica estava estabelecida, e no mesmo período que teve de enfrentar rebeliões por parte dos índios locais, que reivindicavam a condição de herdeiros da civilização inca e tentavam resistir à estrutura da colonização. Entretanto, em 1780 a revolta dos índios tratou-se de uma das maiores insurgências da história da América latina.

Tupac Amaru II estudou na Universidade de São Marcos, na capital do Peru, Lima, e obteve uma formação permeada pelas ideias iluministas. As ideias de liberdade e luta por igualdade de direitos contribuíram para que Tupac Amaru II projetasse uma rebelião contra a metrópole espanhola, organizando assim uma insurreição indígena no Peru, contando também com apoio da elite de criollos (colonos residentes no local) e dos mestiços desse país. A proposta de Amaru consistia, principalmente, em desobedecer à ordem de tributação da colônia à coroa.

A rebelião, em si, começou com a execução de um dos chefes espanhóis da administração colonial. E continuaram com milhares de mestiços, indígenas, escravos e colonos pobres se recusando a obedecerem às exigências e os tributos da Coroa Espanhola. A popularização das ideias de Túpac Amaru II ocorreu rapidamente, e os espanhóis tiveram que agir rapidamente para tentarem detê-los. No entanto, a organização de Amaru foi posteriormente desarticulada e seu líder morto de forma cruel pelas autoridades metropolitanas.

A morte de Tupac Amaru II tinha finalidades de servir de exemplo para outros indígenas que tentassem alguma insurreição semelhante. O suplício tinha como objetivos arrancar seus braços e pernas com a força de quatro cavalos. Entretanto, em decorrência da malfadada tentativa de suplício, cortaram-lhe a cabeça. Tudo feito em praça pública, como um macabro espetáculo para a população local.


Essa situação, somada às doenças e ao trato brutal que os conquistadores submeteram a comunidade indígena, foi a responsável pelo verdadeiro vazio demográfico que se abateu sobre a região andina por muito tempo.