A Terra é um planeta
vivo e seus continentes estão em constante movimento, devido à dissipação
de calor do interior do planeta.
A tectônica global
analisa o comportamento dinâmico do planeta, enfocando em conjunto os
processos a ela ligados, tais como o magmatismo, a sedimentação, o
metamorfismo e as atividades sísmicas (terremotos).
A geologia é a
ciência que estuda a origem e a evolução do nosso planeta, através da
análise das rochas e seus minerais. As rochas que formam os continentes e fundos
dos oceanos registram os fenômenos de transformação da superfície e do interior
da crosta terrestre.
Os tipos de rochas - Rochas ígneas
As rochas ígneas (do
latim ignis, fogo) são também conhecidas como rochas magmáticas. Elas são
formadas pela solidificação (cristalização) do magma, que é um líquido com
alta temperatura, em torno de 700 a 1200ºC, proveniente do interior da
Terra.
As rochas ígneas
podem conter jazidas de vários metais (ouro, platina, cobre, estanho,
etc.) e trazem à superfície do planeta importantes informações sobre as regiões
profundas da crosta e do manto terrestre.
O tamanho dos
cristais das rochas ígneas é, em geral, proporcional ao tempo de resfriamento
do magma, isto é, quanto mais lenta for a cristalização de um magma,
maiores são os cristais formados e vice-versa.
Magmas cristalizados
a grandes profundidades no interior da crosta esfriam lentamente,
possibilitando que seus cristais se desenvolvam até atingir tamanhos visíveis
a olho nu. Rochas ígneas deste tipo são denominadas rochas plutônicas,
como por exemplo o granito.
Nos vulcões, o magma
(lava) atinge a superfície da crosta e entra em contato com a temperatura
ambiente, resfriando-se muito rapidamente. Como a solificação é praticamente
instantânea, os cristais não têm tempo para se desenvolver, sendo, portanto,
muito pequenos, invisíveis a olho nu.
Rochas deste tipo são denominadas
rochas vulcânicas, como o basalto. Quando o magma se cristaliza muito
próximo à superfície, mas ainda no interior da crosta, o resfriamento é um
pouco mais lento que o das rochas vulcânicas, permitindo que os cristais
sejam visíveis a olho nu, embora ainda de tamanho pequeno (1mm). Rochas
deste tipo são denominadas rochas sub-vulcânicas, a exemplo do diabásio.
Rochas sedimentares
As rochas sedimentares
são o produto de uma cadeia de processos que ocorrem na superfície do
planeta e se iniciam pelo intemperismo das rochas expostas à atmosfera.
As rochas
intemperisadas perdem sua coesão e passam a ser erodidas e transportadas
por diferentes agentes (água, gelo, vento, gravidade), até sua sedimentação
em depressões da crosta terrestre, denominadas bacias sedimentares. A
transformação dos sedimentos inconsolidados (p. ex. areia) em rochas
sedimentares (p. ex.arenito) é denominada diagênese, sendo causada por compactação
e cristalização de materiais que cimentam os grãos dos sedimentos.
As rochas
sedimentares fornecem importantes informações sobre as variações ambientais
ao longo do tempo geológico. Os fósseis, que são vestígios de seres vivos
antigos preservados nestas rochas, são a chave para a compreensão da origem
e evolução da vida.
A importância
econômica das rochas sedimentares está em conterem, em determinadas
situações, petróleo, gás natural e carvão mineral, que são as principais
fontes de energia do mundo moderno.
As rochas
sedimentares formadas pela acumulação de fragmentos de minerais ou de
rochas intemperizadas são denominadas rochas clásticas ou detríticas, como o arenito.
Existem também rochas sedimentares formadas pela precipitação de sais a partir
de soluções aquosas saturadas (p. ex. evaporito) ou pela atividade de organismos
em ambientes marinhos (p. ex. calcário), sendo denominadas rochas não-clásticas
ou químicas.
Rochas metamórficas
As rochas
metamórficas são o produto da transformação de qualquer tipo de rocha, quando
esta é levada a um ambiente onde as condições físicas (pressão, temperatura)
são muito distintas daquelas onde ela se formou. Nestes ambientes, os
minerais podem se tornar instáveis e reagir formando outros minerais, estáveis nas
condições vigentes.
Como os minerais são
estáveis em campos definidos de pressão e temperatura, a identificação de
minerais das rochas metamórficas permite reconhecer as condições físicas
em que ocorreu o metamorfismo.
O estudo das rochas
metamórficas permite identificar grandes eventos geotectônicos ocorridos
no passado, fundamentais para o entendimento da atual configuração dos
continentes.
As cadeias de
montanhas (por exemplo Andes, Alpes, Himalaias) são grandes deformações da
crosta terrestre, causados pelas colisões de placas tectônicas. As elevadas
pressões e temperaturas existentes no interior das cadeias de montanhas durante
sua edificação são o principal mecanismo formador de rochas metamórficas.
O metamorfismo pode
ocorrer também em outras situações, ao longo de planos de deslocamentos de
grandes blocos de rocha (alta pressão) ou nas imediações de grandes
volumes de magmas, devido à dissipação de calor (alta temperatura).
O ciclo das rochas
O ciclo das rochas
representa as diversas possibilidades de transformação de um tipo de rocha
em outro. Os continentes se originaram ao longo do tempo geológico pela
transferência de materiais menos densos do manto para a superfície
terrestre. Este processo ocorreu principalmente através de atividade
magmática.
As rochas, uma vez
expostas à atmosfera e à biosfera passam a sofrer a ação do intemperismo,
através de reações de oxidação, hidratação, solubilização, ataques por
substâncias orgânicas, variações diárias e sazonais de temperatura, entre outras.
O intemperismo faz
com que as rochas percam sua coesão, sendo erodidas, transportadas e
depositadas em depressões onde, após a diagênese, passam a constituir as
rochas sedimentares.
A cadeia de processos
de formação de rochas sedimentares pode atuar sobre qualquer rocha (ígnea,
metamórfica, sedimentar) exposta à superfície da Terra.
Devido à migração dos
continentes durante o tempo geológico, as rochas podem ser levadas a
ambientes muito diferentes daqueles onde elas se formaram.
Qualquer tipo de
rocha (ígnea, sedimentar, metamórfica) que sofra a ação de, por exemplo,
altas pressões e temperaturas, sofre as transformações mineralógicas e texturais,
tornando-se uma rocha metamórfica.
Se as condições de
metamorfismo forem muito intensas, as rochas podem se fundir, gerando
magmas que, ao se solidificar, darão origem a novas rochas ígneas.
O ciclo das rochas
existe desde os primórdios da história geológica da Terra e, através dele,
a crosta de nosso planeta está em constante transformação e evolução.