Essa obra foi encomendada pelo governo
imperial e pela comissão de construção do monumento do Ipiranga, antes que o
Museu do Ipiranga existisse, a obra foi completada em Florença em 1888.
Dizemos que esta imagem é a interpretação
oficial porque foi construída para ser aceita e difundida como o marco
histórico da separação da colônia brasileira em relação à metrópole portuguesa.
Na tela também aparecem: à direita e à frente
do grupo principal, em semicírculo, estão os cavaleiros da comitiva; à
esquerda, e em oposição aos cavaleiros, está um longo carro de boi guiado por
um homem do campo que olha a cena curiosamente.
UMA HISTÓRIA FABRICADA?
Assista o vídeo com o escritor Eduardo Bueno logo abaixo:
ANALISANDO
O QUADRO DETALHADAMENTE:
Ø A
cena representa Dom Pedro I proclamando a independência do Brasil.
Ø Pedro Américo compôs um quadro que
valorizava a imagem de D. Pedro I como líder da Nação visando contribuir para
a estabilização de um império em crise.
Ø A
ideia foi retratar o fato como grandioso, com o intuito de enaltecer o Império
e o nacionalismo.
Ø No
quadro D. Pedro I levanta a sua espada, em ato simbólico de rompimento com os
laços que uniam Portugal e Brasil, seguido por cavaleiros de seu séquito, que
saúdam o gesto acenando com chapéus e lenços.
Ø D.
Pedro I é representado num patamar mais elevado do quadro dando a entender que
ele é um estadista que não
mede esforços e sacrifícios para realização de seu ideal, ou seja, é
representado como um herói.
Ø Frente
a frente com D. Pedro I há um cavaleiro da sua Guarda de Honra que responde ao Príncipe arrancando de sua
farda o laço vermelho e azul que simbolizava a união de Portugal e Brasil.
Ø Em
semicírculo, estão os cavaleiros da comitiva; à esquerda, e em oposição aos
cavaleiros, o que leva a perceber o efeito de movimento na pintura.
Ø No
canto inferior esquerdo vemos um caipira que para o seu carro de boi para
observar a cena histórica que acontece no alto da colina. É essa figura que
determina onde nós (observadores) temos que centrar, pois representa o povo, e
nesse caso é passivo de participação, ou não sabe muito bem o que esta
acontecendo.
Ø A
Casa do Grito – destaque de Pedro Américo com guarda – chuva.
Ø Rio
Ipiranga.
Ø Pedro
Américo deu grande movimento ao quadro, principalmente ao lado direito que
corresponde aos cavaleiros da Guarda expressando um misto de ansiedade e tensão
que precedeu à proclamação da independência, assim como o entusiasmo com que
foi recebida.
No quadro vemos, portanto, representado o
desfecho dramático de um acontecimento histórico, concebido como resultado da
bravura de um só homem acompanhado da elite e do exército.
O “povo brasileiro” representado
pelo caipira simplesmente assistiu a tudo o que estava acontecendo.
Comitiva numerosa e arrumada, só anos depois, e nada de cavalos: mulas para aguentar o caminho.
O "tio" de Pedro Américo, com o guarda-chuva, e a Casa do Grito: quadro criou lenda para a construção.
ULTIMO SEGUNDO. ESPECIAL 1822. Disponível em: http://ultimosegundo.ig.com.br/1822/a-fantasia-de-pedro-americo-para-a-independencia/n1237770404907.html. Acesso em: 06 jul. 2018.
YOUTUBE. A verdadeira história da independência do Brasil. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=JjMBpseNPFE. Acesso em: 06 jul. 2018.