ACULTURAÇÃO: ato de sujeitar um povo ou
amoldar tecnologicamente a um padrão reconhecido como superior. Como fenômeno
de controle social de um povo sobre outro proveniente do contato entre
diferentes sociedades e pode ocorrer em períodos históricos diferentes, estando
sujeito apenas à existência desse contato entre culturas diversas.
DISCRIMINAR: é tratar por meio de prática
adversa uma pessoa ou grupo de pessoas de forma desigual motivado pela sua
raça, idade, cor de pele, sexo, língua, religião, opinião política, origem
nacional ou social etc. diferente do preconceito que faz parte da estrutura
mental de um indivíduo, a discriminação é a concretização do pensamento em
atitudes, comportamentos e ações antagônicas e hostil.
DESMISTIFICAR: ato de produzir a crítica ou
denuncia verbal ou escrita visando desiludir um grupo de pessoas ou uma
coletividade a respeito de uma opinião ou ainda um conjunto de opiniões,
crenças, valores considerados como falsos, preconceituosos, ilusórios e
mistificadores (mitificar é fazer acreditar em algo falso, enganoso). É
possível compreender que desmitificar é desfazer uma ideia fixada em algo falso
fantasioso irreal e inacreditável a luz da verdade.
RACIALISMO: com a formação dos Estados nacionais europeus
aproximadamente no século XVI, deu-se início aos estudos pelos Iluministas que
enfatizavam as diferenças linguísticas e histórica de cada Estado/Nação, isto
é, o estudo das diferentes raças humanas.
Um dos objetivos, era encontrar um sistema de valores universal, que
pudesse ser estabelecido para todas as raças. Já no século XVIII surgiu outra hipótese
racial, a poligenista, que defendia a existência de diversas raças humanas.
Ainda no século no século XVIII as diferenças biológicas não eram consideradas
definitivas para a evolução humana. Foi na França (séc. XIX) que surgiu através
da Antropologia Física as teorias racialistas que definia raça como um grupo
humano cujos membros possuíam características físicas comuns. Contudo, está
teoria voltou-se para a crença de que a raça não era apenas definida física,
mas moralmente, bem como que as diferenças físicas acarretavam diferenças
mentais hereditárias compreendendo à divisão do mundo em culturas, e por fim classificando
as raças em superiores e inferiores. No século XIX, com o desenvolvimento da
teoria evolucionista o conceito de raça migrou para as ciências sociais
humanas, ganhou novas perspectivas com o chamado darwinismo social.
Fundamentada na teoria da evolução e seleção natural afirmava a diferença das
raças, bem como a superioridade de umas sobre as outras e, ainda, a tendência
das raças superiores era submeter e substituir as outras. A aplicação prática
dessas teorias possibilitou a criação de mecanismos sociais e políticos para
reprimir as raças consideradas inferiores. Os pensadores eugenistas
compreendiam cada raça tinha sua importância na escala evolutiva, sendo que a
raça superior de acordo com a seleção natural para ordenar o mundo era a
caucasoide.
RACISMO: conjunto de teorias e crenças que estabelecem
uma hierarquia entre as raças, entre as etnias e que consiste em percepções
sociais baseadas em diferenças biológicas entre os povos. Contudo, o racismo
pode ser percebido em nível individual, ou em nível institucional por meio de
políticas que podem ser estudadas historicamente como o apartheid, o
holocausto, o colonialismo, o imperialismo, dentre outros.
XENOFOBIA: proveniente do grego
(xenos/xeno/estrangeiro) e (phóbos/fobia/medo) faz referência ao ódio,
receio, hostilidade e rejeição em relação aos estrangeiros ou mesmo a comunidade
de imigrantes. Neste sentido, etnocêntrico caracterizado pelo nacionalismo,
pois gera a desconfiança em relação a pessoas que vêm de fora do seu país com
uma língua, cultura, hábito ou religião diferente. Também é frequentemente
utilizada em sentido lato como a fobia em relação a grupos étnicos diferentes
ou face a pessoas cuja caracterização social, cultural e política se
desconhece, ou seja, uma ideologia que consiste na rejeição das
identidades culturais que são diferentes da própria. Atualmente, frente ao processo
migratório fica perceptível a atitude xenofóbica que não compartilha da
solidariedade humana.
Referências:
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins
Fontes, 2007.
BOBBIO, Noberto. Dicionário de
política. Brasilia. Universidade de Brasília, 1998.
BOSI, Alfredo. Dialética da colonização. São Paulo: Companhia
das Letras, 1996.
GARZA, Cecília de La. Xenofobia. Laboreal [Online], Volume 7 Nº2, 2011. Disponível em: <https://journals.openedition.org/laboreal/7924#ftn1>.
Acesso em: 22 jul. 2020.
JAPIASSÚ, Hilton e MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia.
5.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.
JOHNSON, Allan G. Dicionário de Sociologia:
guia prático da linguagem sociológica. Rio de Janeiro: Zahar, 1997.
SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de
conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2009.