sábado, 7 de abril de 2012


CRISE NO MUNDO ÁRABE E GEOPOLÍTICA OCIDENTAL 



O Oriente Médio pode ser considerado um cenário onde constantemente testa- se a ideia de que a política externa para ser mesmo eficiente precisa desconhecer valores e princípios. O fato é que desde a decada de 40 do século XX, quando o geólogo americano Everette De Golyer informou a Washington que os países da Península Arábica estavam sentados sobre dezenas de bilhões de barris de petróleo há relação macro política do Ocidente mudou em relação aos povos árabes. O Oriente Médio abriga as maiores reservas de petróleo e gás do planeta. 

Ou seja, esse quesito virou um vale tudo que variou no decorrer das décadas desde a promessa de liberdade à compra pura e simples de líderes tribais, chegando à cooptação de militares ambiciosos cujos golpes de estado eram financiados, organizados e apoiados por potências estrangeiras de olho nas riquezas sob a areia fina do deserto. 

Os ditadores que agora enojam o mundo ao reprimir ferozmente seus próprios povos nas praças árabes foram colocados e mantidos no poder por nações que se enxergam como faróis da democracia e dos direitos humanos, exemplo claro pode ser definido em tres países: Estados Unidos, Inglaterra e França. 

Os ditadores eram a única esperança do Ocidente de continuar tendo acesso ao petróleo árabe e de manter um mínimo de informação sobre as organizações terroristas islâmicas. 

Das potencias Ocidentais que tentam reafirmar sua política na região encontra-se os Estados Unidos que mantêm alianças com várias ditaduras árabes para assegurar seus interesses estra­tégicos na região; ou ainda a continuação desses regimes em outro formato, sem necessariamente diminuir a hegemonia ocidental na região. Os EUA possuem bases militares na região para proteger seus interesses e supervisionar a saída do óleo por mar. 

Para os governos ocidentais, as autocra­cias árabes servem como aliadas contra os grupos fundamentalistas islâmicos, que lutam pela implantação de Estados teocráticos regidos pelo Alcorão que pregam a jihad (guerra santa) contra o Ocidente. Os árabes aliados dos ocidentais reprimem esses movimentos e, após o 11 de Setembro de 2001, passaram a cooperar com a guerra ao terror deflagrada por George W. Bush. 

Com a onda de revoltas populares, a política externa norte - americana para mundo árabe tornou-se insustentável. Ao mesmo tempo em que expressa apoio a aspirações democráticas em certos ca­sos, o governo de Barack Obama teme as consequências das mudanças na região, que podem levar à instabilidade política e, em última instância, à chegada de grupos extremistas islâmicos ao poder. 

Basta recordar os territórios palestinos, onde os radicais islâmicos do Hamas venceram o pleito parlamentar em 2006, e hoje con­trolam a Faixa de Gaza. Com a queda de Hosni Mubarak, a política entre Egito e Israel fica em clima de apreensão, já que Israel mantêm estrito relacionamente com os E.U.A. Isso com certeza preocupa os Estados Unidos e as demais potências ocidentais, talves ha situação não é pior em função da crise na zona do euro e da deficitária economia estadunidense. 

Atualmente a persistência e resistência da Síria chama a atenção da ONU; por estar sofrendo uma onda de manifestações populares reprimidas pelas forças de segurança nacional ordenadas pelo seu representante e ditador Bashar Assad. É certo que na Síria, a onda de protesto esta sendo monitorada por vários observatórios articulados aos Direitos Humanos que denunciam o massacre sofrido pelos manifestantes. O governo de Bashar Assad segue resistente e parece não se importar com os pareceres discutidos na ONU. Na minha opnião a ONU depois da invasão dos EUA no Iraque parece estar enfraquecida no mundo árabe, o descrédito sobre a ONU segue estremecido. 

Segue também minha crítica em relação ao papel do Brasil sobre as manifestações na praça árabe – muito simples, a cobrança em prol dos Direitos Humanos sempre permeiam os dircursos oficiais, vale lembrar do passado em que tinhamos um governo ditador no poder que impedia a realização dos direitos a cidadania e outros mais. Entretanto, um país que quer opinar sobre Direitos Humanos não deveria exportar bombas de gás lacrimogênio para ser usado por tropas do governo em represália aos manifestantes, e em alguns casos chega a causar a morte de bebês. O Brasil através de seus representantes da política externa deveriam ficar atento a essas questões, ou seja, entre discurso e política afirmativa  - existe diferença. Concluo pensando que certamente a população brasileira não tem conhecimento dessa ação vergonhosa. 



Bibliografia

http://www.defesanet.com.br/seguranca/noticia/4032/Gas-lacrimogeneo--made-in-Brazil--e-usado-na-repressao-no-Bahrein. Acesso em: 03 abr 2012.
http://guiadoestudante.abril.com.br/. Acesso em: 05 abr 2012.