terça-feira, 21 de abril de 2015

HISTÓRIA DO TRABALHO INFANTIL NA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

HISTÓRIA DO TRABALHO INFANTIL NA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Atualmente, o conceito de infância está tão incorporado à mentalidade contemporânea que se tem a impressão de que ele sempre existiu, quando, na verdade, foi criado pela cultura dos homens, ou seja, foi historicamente construído.
Vejamos, na Europa medieval entre os séculos V a XV, por exemplo, as crianças compartilhavam totalmente o mundo adulto em seus trabalhos, jogos e vestimentas. Comumente, por volta dos seis a sete anos, as crianças por vezes eram afastadas da casa de seus pais para servir como aprendizes nas casas de parentes ou conhecidos, ou seja, iniciarem uma atividade profissional dentro das especialidades da própria época.
As crianças no geral eram reconhecidas como pequenos adultos, já que o termo criança não se aplicava aquela época da forma como compreende atualmente.
Posteriormente, nos séculos XV a XVIII, surgiu o conceito de infância, que considerava as crianças criaturas especiais, com necessidade de proteção, de preparo escolar para o domínio da leitura e da escrita e de separação do mundo adulto.
Porém, isso ficou restrito às classes abastadas. Nas classes populares, a industrialização foi prejudicial à infância, já que obrigava as crianças a pertencer ao mundo do trabalho dos adultos, como mão de obra de baixo custo, afastando-as da escola.
Dessa forma, o avanço da industrialização e a migração do campo para a cidade contribuiu para a utilização do trabalho infantil nas indústrias. Inicialmente, só as crianças abandonadas em orfanatos eram entregues aos patrões para trabalharem nas fábricas.
Com o passar do tempo, as crianças que tinham famílias começaram a trilhar o mesmo caminho, trabalhando por longas e exaustivas horas, perdendo, assim, toda a sua infância.
Elas começavam a trabalhar aos seis anos de idade de maneira exaustiva. A carga horária era equivalente a uma jornada de 14 horas por dia, pois começava às 5 horas da manhã e terminava às 7 horas da noite.
Os salários também eram bem inferiores, correspondendo à quinta parte do salário de uma pessoa adulta. Além disso, as condições de trabalho eram precárias e as crianças estavam expostas a acidentas fatais e a diversas doenças.

A partir da segunda metade do século XIX, contudo, principalmente nos países ricos, houve um esforço para diferenciar cada vez mais o mundo infantil e para afastar as crianças das fábricas e conduzi-las à escola.
Disseminou-se a ideia de vestuário e mobiliário especiais, de literatura e jogos infantis e de leis de proteção que as tornaram definitivamente diferentes dos adultos.


Outras imagens chocantes acerca da exploração do trabalho infantil.