CRISE NO MUNDO ÁRABE E GEOPOLÍTICA OCIDENTAL
O Oriente Médio pode ser considerado um cenário onde constantemente testa- se a ideia de que a política externa para ser mesmo eficiente precisa desconhecer valores e princípios. O fato é que desde a decada de 40 do século XX, quando o geólogo americano Everette De Golyer informou a Washington que os países da Península Arábica estavam sentados sobre dezenas de bilhões de barris de petróleo há relação macro política do Ocidente mudou em relação aos povos árabes. O Oriente Médio abriga as maiores reservas de petróleo e gás do planeta.
Ou seja, esse quesito virou um vale tudo que variou no decorrer das décadas desde a promessa de liberdade à compra pura e simples de líderes tribais, chegando à cooptação de militares ambiciosos cujos golpes de estado eram financiados, organizados e apoiados por potências estrangeiras de olho nas riquezas sob a areia fina do deserto.
Os ditadores que agora enojam o mundo ao reprimir ferozmente seus próprios povos nas praças árabes foram colocados e mantidos no poder por nações que se enxergam como faróis da democracia e dos direitos humanos, exemplo claro pode ser definido em tres países: Estados Unidos, Inglaterra e França.
Os ditadores eram a única esperança do Ocidente de continuar tendo acesso ao petróleo árabe e de manter um mínimo de informação sobre as organizações terroristas islâmicas.
Das potencias Ocidentais que tentam reafirmar sua política na região encontra-se os Estados Unidos que mantêm alianças com várias ditaduras árabes para assegurar seus interesses estratégicos na região; ou ainda a continuação desses regimes em outro formato, sem necessariamente diminuir a hegemonia ocidental na região. Os EUA possuem bases militares na região para proteger seus interesses e supervisionar a saída do óleo por mar.
Para os governos ocidentais, as autocracias árabes servem como aliadas contra os grupos fundamentalistas islâmicos, que lutam pela implantação de Estados teocráticos regidos pelo Alcorão que pregam a jihad (guerra santa) contra o Ocidente. Os árabes aliados dos ocidentais reprimem esses movimentos e, após o 11 de Setembro de 2001, passaram a cooperar com a guerra ao terror deflagrada por George W. Bush.
Com a onda de revoltas populares, a política externa norte - americana para mundo árabe tornou-se insustentável. Ao mesmo tempo em que expressa apoio a aspirações democráticas em certos casos, o governo de Barack Obama teme as consequências das mudanças na região, que podem levar à instabilidade política e, em última instância, à chegada de grupos extremistas islâmicos ao poder.
Basta recordar os territórios palestinos, onde os radicais islâmicos do Hamas venceram o pleito parlamentar em 2006, e hoje controlam a Faixa de Gaza. Com a queda de Hosni Mubarak, a política entre Egito e Israel fica em clima de apreensão, já que Israel mantêm estrito relacionamente com os E.U.A. Isso com certeza preocupa os Estados Unidos e as demais potências ocidentais, talves ha situação não é pior em função da crise na zona do euro e da deficitária economia estadunidense.
Atualmente a persistência e resistência da Síria chama a atenção da ONU; por estar sofrendo uma onda de manifestações populares reprimidas pelas forças de segurança nacional ordenadas pelo seu representante e ditador Bashar Assad. É certo que na Síria, a onda de protesto esta sendo monitorada por vários observatórios articulados aos Direitos Humanos que denunciam o massacre sofrido pelos manifestantes. O governo de Bashar Assad segue resistente e parece não se importar com os pareceres discutidos na ONU. Na minha opnião a ONU depois da invasão dos EUA no Iraque parece estar enfraquecida no mundo árabe, o descrédito sobre a ONU segue estremecido.
Segue também minha crítica em relação ao papel do Brasil sobre as manifestações na praça árabe – muito simples, a cobrança em prol dos Direitos Humanos sempre permeiam os dircursos oficiais, vale lembrar do passado em que tinhamos um governo ditador no poder que impedia a realização dos direitos a cidadania e outros mais. Entretanto, um país que quer opinar sobre Direitos Humanos não deveria exportar bombas de gás lacrimogênio para ser usado por tropas do governo em represália aos manifestantes, e em alguns casos chega a causar a morte de bebês. O Brasil através de seus representantes da política externa deveriam ficar atento a essas questões, ou seja, entre discurso e política afirmativa - existe diferença. Concluo pensando que certamente a população brasileira não tem conhecimento dessa ação vergonhosa.
Bibliografia
http://www.defesanet.com.br/seguranca/noticia/4032/Gas-lacrimogeneo--made-in-Brazil--e-usado-na-repressao-no-Bahrein. Acesso
em: 03 abr 2012.
http://globotv.globo.com/globo-news/jornal-das-dez/v/luiz-fernando-silva-pinto-fala-como-sera-o-futuro-da-primavera-arabe/1669830/.
Acesso em: 05 abr 2012.
http://globotv.globo.com/rede-globo/jornal-da-globo/v/primavera-arabe-completa-um-ano-neste-sabado-17/1734769/.
Acesso em: 06 abr 2012.