segunda-feira, 14 de setembro de 2020

TÉCNICAS DE ESTUDOS


Olá! você acessou está página/conteúdo para se apropriar de algumas dicas a fim de melhorar seu desempenho como estudante. Lembre-se que: se aprende hoje, um pouco amanhã e consecutivamente está sempre aprendendo

Criar objetos definidos para o estudante se apropriar do seu próprio estudo:

O estudante pode escrever seu objetivo em uma folha e colar em um mural ou em um lugar onde veja com facilidade, assim estará sempre lembrando o porquê você está se dedicando aos estudos.

Ensinar o estudante a descobrir o horário do dia em que é mais produtivo:

A melhor maneira de descobrir seu horário mais produtivo é estudando em diversos horários para verificar o horário de maior concentração. No caso fazer anotações em vários horários e perceber qual horário os estudos renderam mais. Fazendo isso você conseguirá determinar seu melhor horário para aprender.

Manter uma rotina de leitura constantemente:

A linguagem é uma ferramenta tão maravilhosa com muitas palavras que podemos usar para nos expressar. O estudante quanto mais lê, mais seu vocabulário melhora, e quanto mais o seu vocabulário melhorar, tanto se expressará melhor bem como escreverá.

Realizar leituras comparativas com outros conteúdos do mesmo assunto:

A leitura comparativa é a fase mais nobre e criativa. A leitura comparativa consiste em confrontar o que está no livro com o mundo intelectual que lida com assuntos iguais ou parecidos. Amplia o repertório do estudante.

Assistir videoaulas e outras do mesmo tema no youtube, desenhos ou programas de TV e até mesmo música:

Os vários tipos de mídias/formatos e conteúdos permitem estabelecer relações com determinados objetos de aprendizagem. Relacionar, associar trazem um ganho expressivo na forma que se vê o mundo e a própria aprendizagem.

Produzir pequenos resumos de tudo que leu e assistiu:

Resumo é a condensação das principais ideias ou tópicos do texto. Facilita uma melhor compreensão e assimilação do texto e permite treinar a capacidade de síntese.

Revisar resumos:

Quanto mais escrever, mais fácil se tornará seu aprendizado, além disso a escrita irá te ajudar a organizar o raciocínio, desenvolve a criatividade e a expressão pessoal. Ambas ajudam no raciocínio cognitivo.

Produzir resumos por meio de podcast ou produzir um vídeo pessoal explicativo a própria aprendizagem:

Por meio de um texto/roteiro o estudante exercita o que aprendeu e deixa sua opinião sobre o assunto. Também contribui na entonação da voz, dicção – pontos fundamentais de uma boa leitura.

Elaborar uma apresentação pessoal em slides/ppt com intuito de verificar o domínio e apropriação da aprendizagem:

O estudante toma consciência sobre a sequência didática do seu próprio aprendizado e de como como está aprendendo. Também funciona como uma autoavaliação ao refletir sobre si mesmo.

Montar grupos colaborativos de estudo mediados por tecnologia:

Grupos de amigos e colegas que estão estudando o mesmo objeto de estudo podem aproveitar para um ajudar o outro a aprender.



Ademir Junior: Mestre em Psicologia Educacional/Pesquisador em Educação.

terça-feira, 1 de setembro de 2020

FINLEY, Moses I. Democracia antiga e moderna.

O historiador Moses I. Finley (1912-1986) foi um importante pesquisador voltado aos estudos de História Antiga Greco-Romana dando um novo olhar para a antiguidade.

Em sua obra clássica “Democracia Antiga e Moderna” aborda e compara os fundamentos da democracia tanto no aspecto clássico quanto contemporâneo tomando como base a democracia que teve sua origem na Grécia antiga – precisamente na Cidade-Estado de Atenas nos séculos V e VI a.C.

O próprio autor menciona que propõe desenvolver um discurso dialético entre as concepções da Grécia antiga e as modernas, dentro dos limites em que é possível discutir-se dois mundos tão radicalmente diferentes.

Um destaque histórico importante, e observado por este autor está no fato que na Grécia Antiga nem todos tinham os mesmos privilégios, uma vez que parte daquela sociedade ficava a margem pelo fato de não serem considerados cidadãos, isto é, não participavam das assembleias.

Por exemplo, eram considerados cidadãos homens livres de pai e mãe ateniense. No grupo dos excluídos da atividade política estavam as mulheres, escravos e estrangeiros.

O autor explica que para se destacar durante a Assembleia, o cidadão ao pedir a palavra, para ter êxito deveria dominar a arte da oratória e retórica (discurso expositivo e argumentação/convencimento) para que os participantes aceitassem a proposta exposta e defendida.

Contudo, o autor explica que demagogos articulados a certos interesses poderiam influenciar os presentes beneficiando um determinado grupo. Finley analisa que o surgimento de facções é considerado um perigo a democracia.

Finley constata uma problematização no berço da democracia Ateniense, pois verificou que na visão de alguns filósofos, dentre eles Platão (defendia que a política deveria ficar na mão de especialistas/políticos profissionais), isto é, para este filósofo à iniciativa popular era desastrosa e que governo do povo, pelo povo e para o povo é uma ingênua ideologia.

De acordo com Finley, em sua República, Platão propôs concentrar o poder nas mãos se uma pequena classe seleta, estudada adequadamente, em outras palavras, especialistas adequados, livre de todos os interesses especiais até mesmo da propriedade privada e família para que levassem o Estado a atingir suas metas apropriadas.

Como contraponto, em relação aos aspectos da democracia ateniense e do mundo contemporâneo, compreende que o fundamento da democracia está na participação direta, sem mediação, pois somente assim o cidadão se percebe inteiramente como um sujeito político.


Na Atenas Clássica, a sociedade e o governo eram considerados uma única instituição, ou seja, era direta pelo fato dos cidadãos terem o direito de decisão, diferente da democracia contemporânea em que os eleitos representam quem eles querem, ou seja, um formato no qual o povo transfere o poder de decisão.

Enfim, essa forma de democracia separa a população do governo que assumi uma condição superior, por isso, Finley ao considerar o modelo contemporâneo compreende que não pode ser chamado de democracia, pois cabe ao Estado ficar afastado das classes ou de outros interesses facciosos. Ao Estado cabe os objetivos devem ser morais, atemporais e universais.


FINLEY, Moses I. Democracia antiga e moderna. Rio de Janeiro: Graal, 1988.

Ademir Junior: Mestre em Psicologia Educacional/Pesquisador em Educação.