domingo, 24 de maio de 2015

AS MACROREGIÕES GEOECONÔMICAS E O MEIO TÉCNICO-CIENTÍFICO-INFORMACIONAL


AS MACROREGIÕES GEOECONÔMICAS

Em 1967, o geógrafo Pedro Pinchas Geiger lançou a proposta da divisão do território nacional em três complexos regionais.
O Centro-Sul agrupava o Brasil em processo de urbanização e de industrialização, composto pelo Sudeste, que concentrava a maior parte das atividades econômicas e das infraestruturas de comunicação, pelo Sul e pela porção meridional do Centro-Oeste, que se destacavam pela presença de um modelo agrícola intensivo em tecnologia.
O Nordeste era marcado pela baixa produtividade agrícola e pela industrialização ainda incipiente. No plano social, esse complexo regional caracterizava-se pela disseminação da pobreza, expressa nos altos índices de mortalidade infantil, subnutrição e analfabetismo, e pela repulsão populacional.
A Amazônia era então imensa fronteira de recursos, de conexões ainda frágeis com o centro dinâmico da economia nacional. A região da floresta equatorial caracterizava-se pelas baixas densidades populacionais e ainda pelo processo de ocupação recente, indutor de grandes índices de violência na luta pela terra.
A divisão regional elaborada por Geiger não respeitou os limites das unidades da federação. Dessa forma, conseguiu captar importantes diferenciações espaciais no interior de algumas delas.
O norte de Minas Gerais, por exemplo, também marcado pela exclusão social e econômica, foi incorporado ao complexo nordestino. O oeste do Maranhão e o norte de Mato Grosso e Goiás (atual Tocantins) foram incorporados ao complexo amazônico.


O meio técnico-científico-informacional

O geógrafo Milton Santos deixou como um dos seus principais legados teóricos, a noção de Meio técnico-científico-informacional, que corresponde à evolução dos processos de produção e reprodução do meio geográfico. Para compreender o seu conceito, é necessário entender a evolução das transformações do espaço, que vão desde o meio natural, passando pelo meio técnico, até chegar ao período atual, em que há uma maior inserção das ciências e do meio informacional sobre as formas com que as produções espaciais ocorrem por isso, o meio técnico-científico-informacional é um meio geográfico onde o território inclui obrigatoriamente ciência, tecnologia, e informação.
Os profundos e continuados avanços tecnológicos, em todas as esferas da sociedade contemporânea vêm proporcionando novas formas de produção, novos padrões de vida, ou seja, uma profunda transformação na reprodução da própria sociedade, denunciando urgentes necessidades para a compreensão de diversos fenômenos trazidos por estas transformações, e em especial os responsáveis por novas características na configuração espacial.
Os chamados espaços inteligentes, imersos em um meio técnico, científico e informacional, ganham, destaque na busca pela percepção do espaço contemporâneo sendo assim surge questões da seguinte ordem: como se estruturam, onde surgem ou a quem e o que privilegiam?
Portanto, um entendimento da configuração das cidades e regiões segundo à produção e o uso das tecnologias: espaços específicos, destinados à produção e à demanda tecnológica capazes de diferenciar as funções e estruturações urbanas e regionais se faz necessário mediante um estudo mais apurado e minicioso de acordo com o momento histórico.
Aliás, o desenvolvimento das diferentes técnicas em um número restrito de localidades permitiu o avanço das desigualdades e a intensificação das relações de dependência política e econômica entre os diferentes espaços.