O iluminismo foi um
movimento que contou com a participação de diversos pensadores. Mesmo
partilhando de noções e princípios semelhantes, os teóricos do iluminismo
trouxeram as mais diferentes contribuições em suas obras. Ocupando-se de
assuntos diversos, seus pensadores trataram de questões morais, religiosas e
políticas. De forma geral, podemos realizar uma breve amostra de seus
principais personagens.
Ilustração de O Geógrafo, por Johannes Vermer, em 1669
François Marie Arouet, mais conhecido como
Voltaire (Paris, 21 de novembro de 1694 — Paris, 30 de maio de 1778), foi um
escritor, ensaísta, deísta e filósofo iluminista francês. Voltaire, afirmava
que todos os homens são dotados pela natureza do direito à liberdade, à
propriedade e à proteção das leis. Voltaire não pode ser considerado um teórico
democrata, tendo em vista suas reservas quanto à participação do povo no poder
político. Atacando ferozmente a Igreja e o clero, ele acreditava que Deus não
seria conhecido pelos dogmas religiosos. Somente os homens dotados de razão e
liberdade seriam capazes de conhecer as vontades e desígnios divinos. Em seu
livro “Cartas Inglesas”, criticou as instituições religiosas e a existência de
hábitos feudais ainda presentes na sociedade européia. Mesmo sendo um grande
crítico, Voltaire não defendia a revolução como instrumento de mudança. A seu
ver, as monarquias dotadas de princípios racionalizantes poderiam renovar suas
práticas e ações.
Charles-Louis de Secondat, barão de La Brède
e de Montesquieu, conhecido como Montesquieu (castelo de La Brède, próximo a
Bordéus, 18 de Janeiro de 1689 — Paris, 10 de Fevereiro de 1755), foi um
político, filósofo e escritor francês. Ficou famoso pela sua teoria da
separação dos poderes, atualmente consagrada em muitas das modernas
constituições internacionais. O Barão de Montesquieu realizou uma crítica
sistemática ao autoritarismo político e aos costumes de diversas instituições europeias.
No ano de 1748, discutiu as formas de governo fazendo uma análise da monarquia
inglesa no livro “O Espírito das Leis”. Na mesma obra pregava que os poderes
deveriam ser divididos entre Executivo, Legislativo e Judiciário. O rei deveria
ser um mero executor das ações tomadas pelos poderes a serem intuídos nessa
forma de governo. Dessa forma, cada setor do governo deveria agir como um freio para os outros dois.
Jean-Jacques Rousseau (também conhecido como
J.J. Rousseau ou simplesmente Rousseau) (Genebra, 28 de Junho de 1712 —
Ermenonville, 2 de Julho de 1778) foi um importante filósofo, teórico político,
escritor e compositor autodidata suíço. É considerado um dos principais
filósofos do iluminismo e um precursor do romantismo. Jean-Jacques Rousseau
defendia a tese de que os homens viviam primordialmente, em estado natural,
porém conceituava esse estado de modo diferente do de Locke. Em sua obra
“Discurso sobre a origem e o fundamento da desigualdade entre os homens”,
Rousseau defendeu que o homem era corrompido pela sociedade e que a soberania
popular e a simplicidade deveriam ser princípios básicos na ascensão de uma
sociedade mais justa e igualitária. No texto “Contrato Social”, defendia o princípio
no qual a vontade geral dos homens promoveria instituições mais justas.
Dessa forma, suas opiniões eram de caráter mais radical. Contrário a uma vida
luxuosa ele afirmou que a propriedade privada originava a desigualdade entre os
homens.
John Locke (Wrington, 29 de agosto de 1632 —
Harlow, 28 de outubro de 1704) foi um filósofo inglês e ideólogo do
liberalismo, sendo considerado o principal representante do empirismo britânico
e um dos principais teóricos do contrato social. Procurou
entender o comportamento humano,formulando a teoria da “tábula rasa”, uma
expressão latina que significa “folha em branco”. Defendia que todos os seres
humanos nascem desprovidos de conhecimento, o qual se forma pelas experiências
adquiridas ao longo da vida, assim se tornando o produto do meio em que vive. Acreditava
que as mazelas eram socialmente produzidas e poderiam ser superadas pelo homem.
A concepção liberal
proprietária, marca o pensamento de John Locke que critica o Absolutismo pela
justificativa do direito divino no qual os monarcas buscavam justificar seu
poder absoluto. Em sua visão, um poder que não garantisse o direito à propriedade
e à proteção da vida não poderia ter meios de legitimar seus exercícios. O
direito natural para Locke é o direito à liberdade que, junto com o trabalho,
sustenta o direito a propriedade: o Estado tem como objetivo defendê-la.
Defendia a ideia da meritocracia, dizendo que toda riqueza que o homem fosse
capaz de obter por meio de seu esforço individual deveriam ser, naturalmente,
de sua propriedade. Locke defendeu a separação da igreja do estado.
Denis Diderot foi um
importante escritor, enciclopedista e filósofo francês do século XVIII. Nasceu
na cidade francesa de Langres em 5 de outubro de 1713 e faleceu em Paris em 31
de julho de 1784. É considerado uma das principais figuras do Iluminismo. Sua
grande obra foi a elaboração editorial da " Enciclopédia", em
parceria com d'Alembert. Diderot e D’Alembert, além
de co
ntribuírem com ideias, também se preocuparam em difundir os valores do
iluminismo pela Europa. Através de uma grande compilação chamada “Enciclopédia”,
reuniram o saber produzido por diferentes pensadores iluministas. Subdividida
em trinta e cinco volumes, essa obra condensava a perspectiva iluminista sobre
os mais variados assuntos. Estabelecendo um verdadeiro movimento que ganhou o
nome de enciclopedismo, o esforço de ambos conseguiu contar com a colaboração
de mais de cento e trinta diferentes autores.
Cite este trabalho
SANTOS JUNIOR, Ademir B. dos.
Os teóricos iluministas.
Blogger, 2019. Disponível em: <
https://profademirjunior.blogspot.com/2014/05/os-teoricos-iluministas.htmll>.Acesso em: