domingo, 10 de junho de 2012

GUERNICA DE PABLO PICASSO


GUERNICA de Pablo Picasso - 


Um pouco de História
Um dos quadros mais conhecidos e comentados da história é, sem dúvida, o Guernica, do genial Pablo Picasso. Guernica é uma antiga cidadezinha da região basca da Espanha, país de origem de Picasso. Em 1937, a Espanha vivia os efeitos da Guerra Civil, resultado do conflito travado entre duas facções políticas: de um lado, os republicanos; de outro, as forças extremistas da direita lideradas pelo general Franco, apoiado pelo Nazismo alemão e pelo Fascismo italiano.

Em abril de 1937, com a finalidade única de mostrar força, Franco ordenou que aviões alemães bombardeassem a indefesa Guernica. Da população de 7 mil pessoas, 1654 foram mortos e 889 feridos. Picasso, indignado com o fato, pintou o quadro Guernica em poucas semanas denunciando e procurando despertar a opinião pública para a tragédia. Por ordem do pintor, a obra permaneceu em Paris, até o fim da Ditadura Franquista, em 1975. Atualmente o quadro se encontra em Madri.


Nesse enorme quadro Picasso utilizou apenas o preto e o branco e alguns tons de cinza, criando detalhes que impressionam o observador. Além das pessoas mortas no chão, uma mulher segura uma criança e olha para cima como que procurando identificar de onde vêm as bombas; uma pessoa parece gritar em desespero; um cavalo com o corpo contorcido parece relinchar. Não vemos as bombas; apenas um clarão ao fundo. Mas reconhece-se a violência da cena: um bombardeio sobre uma cidade desprotegida.

É um quadro profundamente expressivo e um sentimento de luto percorre esta obra dorida pintada a preto, branco e cinzento. A sua composição apresenta três planos significativos: à esquerda, o touro e a mulher com a criança morta nos braços; ao centro, o cavalo e a mulher que transporta a lâmpada; à direita, o incêndio e a mulher que grita. O guerreiro morto no solo ocupa a parte inferior da metade direita. A sensação de tragédia, de dilaceramento e de destruição é chocante. Para exprimir o horror de uma destruição insuportável, Picasso parece reduzir seres humanos e animais a gritos. A postura das mãos, os braços estirados, as bocas abertas e os olhos esbugalhados expressam o horror da morte. Vemos lâmpadas, mas elas não proporcionam qualquer claridade. A decomposição e a fragmentação dos corpos sugerem dilaceração e sofrimento. A cor, como já dissemos, é triste. A atmosfera é de pessimismo e interrogamo-nos sobre o sentido simbólico dos elementos luminosos que aparecem. Uma réstia de esperança na vitória das forças republicanas? Note-se ainda a quase total ausência de volume, que sugere a ideia de que a vida e a liberdade foram esmagadas. Guernica é um libelo contra a guerra - contra a crueldade desnecessária - e traduz dramaticamente o compromisso político do artista.