domingo, 15 de abril de 2012

1 GUERRA MUNDIAL


1° GUERRA MUNDIAL

Introdução
 No início do século XX, era indiscutível a supremacia da Europa sobre o resto do mundo. Paris, Londres, Roma, Berlim e outras grandes cidades eram centros representativos da sociedade liberal - burguesa.
Esta sociedade, caracterizada pela hegemonia da burguesia e pela consolidação do capitalismo monopolista, parecia acreditar no progresso infinito, baseado no desenvolvimento da ciência, na razão humana e na expressão da economia europeia.
Nas grandes cidades europeias, conviviam, lado a lado, os símbolos da riqueza da sociedade liberal - burguesa, e os da pobreza. Em uma parte, teatros, cafés, desenvolvimento artístico e intelectual; em outra, cortiços, mendigos e difíceis condições de trabalho nas fábricas.

O imperialismo
 Após 1870, verificou - se uma concentração da produção e do capital. Grandes empresas passaram a controlar o mercado e a produção. Era a época do capitalismo monopolista.
As crises de superprodução do capitalismo obrigavam os grandes grupos monopolistas à buscas progressiva de novos mercados em outros continentes.
Interesses políticos das principais potências capitalistas européias, associados aos interesses econômicos dos grandes grupos, determinaram uma corrida imperialista. Várias regiões da África e da Ásia foram anexadas.
Tal anexação garantiria a expansão dos mercados, o controle sobre regiões produtoras de matérias - primas e o investimento dos capitais excedentes.
O Imperialismo aprofundou as rivalidades existentes entre as principais potências européias. Multiplicaram - se as tensões, em função das disputas pelos domínios coloniais.



As alianças
 A partir de 1871, foi sendo construído um sistema de alianças entre os países europeus. Em 1914, a Europa encontrava - se dividida em dois blocos: a Tríplice Aliança e a Tríplice Entente.
Este sistema iniciou - se após a derrota francesa na guerra franco-prussiana, em 1870. Obrigados a ceder aos alemães as regiões da Alsácia e da Lorena, os franceses se aproximaram da Inglaterra e da Rússia. Formou - se, assim, a Tríplice Entente.
Já a Alemanha procurou precaver-se se aliando a Itália e à Áustria-Hungria. Para a Alemanha, era importante articular um sistema de alianças que desencorajasse os franceses de qualquer ação militar.


Os focos de tensão
 A principal região de tensão, às vésperas da 1° Guerra Mundial, era a península balcânica. Existiam ali vários pequenos países, com uma população de nacionalidades diversas.
Até os fins do século XIX, a península esteve sob o controle da Turquia (Império Otomano), mas com a decadência desta, a Sérvia passou a pretender uma expansão territorial. Assim, a Sérvia obteria uma saída para o mar e incorporaria várias minorias nacionais.
A Áustria-Hungria também tinha pretensões expansionistas. Em 1908, a Bósnia-Herzegovina foi anexada e, em 1912, a Albânia surgiu como Estado independente em função das pressões austro-húngaras.
A Rússia, por uma questão de pan-eslavismo, apoiava os sérvios, pelo fato de estes serem de origem eslava.
O Marrocos era outro foco de tensão. Localizado no norte da África, o Marrocos mantinha uma autonomia meramente formal. Desde os fins do século XIX, verificava-se a penetração de capitais franceses no país. Os alemães se opunham a uma anexação do Marrocos, temerosos da crescente influência da França no norte da África.
Em 1911, os franceses cederam parte do Congo à Alemanha, para terem o direito de incorporar o Marrocos. As potências de armam e se aliam
Os focos de tensão e a disputa pela hegemonia conduziram os países da Europa à corrida armamentista. Os governos passaram a estimular cada vez mais a indústria de armamentos e de recrutar civis para aumentar os contigentes militares. Enormes verbas foram desviadas para as Forças Armadas, originando poderosos exércitos e frotas. O militarismo cresceu e a possibilidade de acordo para manter o equilíbrio entre as nações imperialistas ficou mais difícil. A paz ainda existia, porém armada.
As nações européias, para defender seus interesses, buscavam alianças, o que as dividiu em dois blocos: a Tríplice Entente, formada por Inglaterra, França e Rússia, e a Tríplice Aliança, que reunia Alemanha, o Império Austro-Húngaro e a Itália.

A guerra começa nos Bálcãs
No dia 28 de junho de 1914, em visita a Sarajevo, capital da Bósnia, o arquiduque herdeiro do Império Austro-Húngaro, Francisco Ferdinando, e sua esposa foram assassinados. Os autores do atentado tinham ligações com uma sociedade secreta da Sérvia, a Mão Negra. A Áustria enviou um ultimato ao governo sérvio, com várias exigências, entre elas a de que os austríacos participassem das investigações sobre o atentado, o que foi rejeitado. Um mês depois, a Áustria declarou guerra à Sérvia, que contou com o apoio da Rússia.
O desdobramento do conflito nos Bálcãs acabou envolvendo também outros países europeus. A Alemanha declarou guerra à Rússia e à França. E, quando as tropas alemãs invadiram a Bélgica, com o objetivo de atacar o território francês, a Inglaterra declarou guerra à Alemanha.
A Itália, que pertencia à Tríplice Aliança, entrou na guerra ao lado da Entente porque a Inglaterra havia-lhe prometido os territórios irredentos, que não conseguiram conquistar da Áustria na época da Unificação.
O Japão, interessado nas possessões alemãs no Oriente, aderiu aos Aliados. Em 1917, a Rússia retirou-se da guerra por causa da Revolução Bolchevique. Nesse mesmo ano, os Estados Unidos entraram no conflito, ao lado da Entente, porque temiam a perda de seus investimentos na Europa. Usaram como pretexto o afundamento de navios norte-americanos por alemães.
O ataque a navios mercantes brasileiros por submarinos alemães levou o Brasil a declarar guerra à Alemanha, em 1917. A participação brasileira, entretanto, limitou-se ao envio de uma missão médica e ao policiamento do Atlântico pela Marinha.
Com a saída da Rússia, as potências centrais, Alemanha e Império Austro-Húngaro puderam lançar toda a sua ofensiva à França. Reagindo a essa ameaça, os Aliados enviaram uma maciça ajuda militar aos franceses, o que acabou provocando o recuo das tropas alemãs. Os Aliados ocuparam, então, a França e a Bélgica.
A crise econômica e o avanço das idéias socialistas na Alemanha geraram várias manifestações, principalmente de operários. O rei Guilherme II, enfraquecido, abdicou e foi proclamada a República, em 1918. O novo governo decidiu assinar o asmistício em 11 de novembro do mesmo ano. A Alemanha foi obrigada a desocupar o território ocidental europeu, a entregar o material de guerra pesado, a libertar os prisioneiros e pagar indenizações.

A Paz está de volta
Após assinatura do armistício, vários chefes de Estado se reuniram, em janeiro de 1919, na Conferência de Paris, em que não se admitiu a presença dos países derrotados e da União Soviética. Vários tratados foram assinados e impostos às nações vencidas.
O mais importante, o Tratado de Versalhes, obrigava a Alemanha a devolver a Alsácia-Lorena e a entregar as minas de carvão do Sarre à França, a entregar suas colônias aos países vencidos, a reduzir seu Exército, a indenizar os Aliados e a ceder uma faixa de terra à Polônia. Essa faixa, chamada de Corredor Polonês, dava à Polônia um acesso ao mar. A Alemanha ficou proibida de se armar.
Em abril de 1919, foi firmado um acordo entre os vencedores para a criação da Sociedade das Nações ou Liga das Nações, proposta do presidente Wilson, dos Estados Unidos. Esse acordo previa a cooperação internacional, paz e segurança através do desarmamento. A sede da Liga era em Genebra.
Mais tarde, os Estados Unidos saíram da Liga das Nações, pois o Senado norte-americano não quis ratificar o Tratado de Versalhes.

Os efeitos da guerra
A Europa perdeu 10 milhões de homens e ficou com 40 milhões de inválidos. Campos destruídos afetaram a produção agrícola, portos e estradas arrasados prejudicaram o comércio e as cidades ficaram arruinadas. Muitas economias conheceram um brutal processo inflacionário, o que empobreceu o povo europeu.
Os impérios autocráticos desapareceram, e dinastias da Áustria e da Alemanha caíram. A hegemonia européia foi substituída pela dos Estados Unidos, que se tornaram primeira nação mundial. Surgiram novos países: Finlândia, Estônia, Letônia, Polônia, Lituânia, Checoslováquia, Hungria e Iugoslávia.
Embora tudo indicasse que a paz retornará, o mundo ainda estava para conhecer uma guerra muito maior. O nacionalismo exagerado que cresceu na Alemanha e na Itália denunciava a humilhação pela qual esses países passaram com os tratados de pós-guerra e pedia a vingança. A Segunda Guerra Mundial provou que a primeira não fora a “guerra para pôr fim a todas as guerras”.