HISTÓRIA DO TRABALHO INFANTIL NA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Atualmente,
o conceito de infância está tão incorporado à mentalidade contemporânea que se
tem a impressão de que ele sempre existiu, quando, na verdade, foi criado pela
cultura dos homens, ou seja, foi historicamente construído.
Vejamos,
na Europa medieval entre os séculos V a XV, por exemplo, as crianças
compartilhavam totalmente o mundo adulto em seus trabalhos, jogos e
vestimentas. Comumente, por volta dos seis a sete anos, as crianças por vezes
eram afastadas da casa de seus pais para servir como aprendizes nas casas de
parentes ou conhecidos, ou seja, iniciarem uma atividade profissional dentro
das especialidades da própria época.
As
crianças no geral eram reconhecidas como pequenos adultos, já que o termo
criança não se aplicava aquela época da forma como compreende atualmente.
Posteriormente,
nos séculos XV a XVIII, surgiu o conceito de infância, que considerava as
crianças criaturas especiais, com necessidade de proteção, de preparo escolar
para o domínio da leitura e da escrita e de separação do mundo adulto.
Porém,
isso ficou restrito às classes abastadas. Nas classes populares, a industrialização
foi prejudicial à infância, já que obrigava as crianças a pertencer ao mundo do
trabalho dos adultos, como mão de obra de baixo custo, afastando-as da escola.
Dessa
forma, o avanço da industrialização e a migração do campo para a cidade
contribuiu para a utilização do trabalho infantil nas indústrias. Inicialmente,
só as crianças abandonadas em orfanatos eram entregues aos patrões para
trabalharem nas fábricas.
Com
o passar do tempo, as crianças que tinham famílias começaram a trilhar o mesmo
caminho, trabalhando por longas e exaustivas horas, perdendo, assim, toda a sua
infância.
Elas
começavam a trabalhar aos seis anos de idade de maneira exaustiva. A carga
horária era equivalente a uma jornada de 14 horas por dia, pois começava às 5
horas da manhã e terminava às 7 horas da noite.
Os
salários também eram bem inferiores, correspondendo à quinta parte do salário
de uma pessoa adulta. Além disso, as condições de trabalho eram precárias e as
crianças estavam expostas a acidentas fatais e a diversas doenças.
A partir da segunda metade do século XIX, contudo, principalmente nos países ricos, houve um esforço para diferenciar cada vez mais o mundo infantil e para afastar as crianças das fábricas e conduzi-las à escola.
Disseminou-se a ideia de vestuário e mobiliário especiais, de literatura e jogos infantis e de leis de proteção que as tornaram definitivamente diferentes dos adultos.
Outras imagens chocantes acerca da exploração do trabalho infantil.